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Em menos de 24 horas, médicos do HCM transplantam corações em dois bebês

22 fev 2019 - Reportagem na CBNRP.

A pequena Emanuelly Pinheiro, que foi operada com 10 meses e 15 dias de vida, entrou para ahistória do hospital como a paciente mais nova a ser transplantada. Já o pequeno João PedroGonzaga, segundo bebê transplantado, tinha poucas horas de vida.

Os pequenos pacientes estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva há três meses, por isso tiveram prioridade na fila de espera pelo órgão.

Na noite de terça-feira, a equipe de cardiologia pediátrica do HCM recebeu telefonema da Central de Regulação informando sobre a morte cerebral de uma criança de 1 anos e nove meses em São Paulo, cuja tipagem sanguínea e estrutura corpórea eram compatíveis com a pequena Emanuelly Pinheiros. A bebê veio de São Carlos para receber tratamento em Rio Preto. Segundo o cirurgião cardiovascular pediátrico Ulisses Croti, o tempo entre a notícia, a captação do coração em São Paulo e o início do transplante no Hospital da Criança foi de apenas 3 horas e 18 minutos.

Trinta minutos após a conclusão da cirurgia bem sucedida, a equipe recebeu a notícia de outro coração, desta vez de uma criança de 7 anos, da cidade de Maringá, no Paraná. Apesar da diferença de idade, o órgão era compatível com o bebê João Pedro da Silva, de Porto Velho, Rondônia. Seu grave estado de saúde obrigou o cirurgião, que tinha acabado de transplantar Emanuelly, a embarcar em outro voo para salvar a vida de mais uma criança.

Croti explicou que o paciente com cardiopatia tem o coração maior devido ao inchaço da inflamação muscular, por isso é possível receber o órgão de um doador que tenha até 3 vezes mais o peso do receptor. Emanuelly, por exemplo, pesa 5,8 kg e recebeu o coração de um paciente com 12quilos. João, com oito quilos, recebeu o coração de um doador que tinha 18 quilos.

Segundo a coordenadora da UTI pediátrica, Karolyne Sanches, Emanuelly já respira sem ajuda de aparelhos.

 

João ainda requer cuidados intensivos

O cardiologista Carlos Henrique de Marchi explica que os bebês precisarão de outro transplante no futuro, porque o órgão transplantado começa a apresentar deficiências a partir de 10 anos após a operação. Além disso, o paciente precisará ingerir medicamentos por toda a vida para evitar rejeição do coração transplantado.

De 2002, quando foi fundado, até 2018, o Hospital da Criança e Maternidade realizou 4102 cirurgias cardíacas em crianças, sendo seis transplantes.

Emanuelly, que recebeu um coração aos 10 meses e 15 dias devida, entrou para a história do HCM como paciente mais nova a ser transplantada na instituição. João foi operado com 10 meses e 29 dias de idade.

 

 

 

 

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